A expectativa da prefeitura de Santa Maria é que, no segundo semestre de 2023, os santa-marienses possam, enfim, ter uma Estação Ferroviária revitalizada. Para que seja lançado o processo licitatório da reforma da Gare, ainda precisam ser concluídos os projetos hidrossanitário e elétrico e o Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI). Segundo o vice-prefeito Rodrigo Décimo, esses projetos devem ser concluídos em agosto deste ano. Ainda não há estimativas de valor para a licitação.
– Nós vislumbramos a entrega da Gare até o meio do ano que vem, com o prédio já totalmente revitalizado. Imaginamos que até o final de agosto já tenhamos todos os projetos complementares prontos, que é o que precisamos para lançar a licitação em seguida. Estamos trabalhando fortemente para que o prazo final para conclusão da revitalização seja até a metade do ano que vem, com as obras durando em torno de sete a oito meses – diz Décimo.
ESTUDOS
A prefeitura recebeu, na última segunda-feira, o levantamento técnico completo da estrutura da antiga Estação Férrea. Encomendado pelo município há seis meses, o levantamento foi elaborado pela empresa Cristiane Leticia Arquitetura Ltda, com um investimento de quase R$ 68 mil. Entre os documentos entregues à prefeitura constam a identificação das danificações dos pavimentos (a plataforma de embarque, o pavilhão anexo e o abrigo das locomotivas), as orientações do que deve ser feito para corrigir tais problemas estruturais, dados históricos sobre a construção, o orçamento de uma futura obra e um guia com sugestões de uso para o local. A contratação de uma empresa terceirizada foi necessária porque a prefeitura não dispõe dos equipamentos necessários para executar estudos de tamanha complexidade, afinal, a Gare é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
Para o vice-prefeito, a entrega do levantamento técnico é mais uma etapa cumprida para que o projeto do Distrito Criativo Gare-Centro ganhe vida. Segundo ele, a antiga Estação Férrea é um dos pilares da iniciativa de revitalização do Centro Histórico a partir da economia criativa.
– Esses estudos são o sinal verde que precisávamos para avançar na restauração do prédio. Eles nos fornecem dados e parâmetros. Vamos manter o máximo de originalidade possível. E, além da reforma, vamos trabalhar para ter na Gare um espaço de cultura e lazer que seja efetivamente ocupado pela população – explicou Rodrigo Décimo.
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Finisa 2
A revitalização deve contar com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) 2, contrato de empréstimo assinado entre a prefeitura e a Caixa Econômica Federal em abril, no valor total de R$ 50 milhões. A prefeitura tem investido essa verba em ações de pavimentação, habitação, compra de maquinário e duplicação e modernização do Aeroporto de Santa Maria, além de revitalização do patrimônio histórico que irá compor o projeto Distrito Criativo Centro-Gare.
Foto: Marcelo Oliveira (Diário)
Distrito Criativo
Os primeiros trabalhos de recuperação do patrimônio histórico que irá fazer parte do Distrito Criativo Centro-Gare ocorreram na Vila Belga. A revitalização do local, iniciada em fevereiro, contou com a recuperação do pavimento (calçamento de pedras), calçadas, e com a realização da drenagem pluvial das quatro ruas da Vila Belga: André Marques, Ernesto Beck, Manoel Ribas e Doutor Wauthier. Além da troca das pedras do calçamento em diversos trechos, entre os quais se destaca a esquina da Rua André Marques com a Ernesto Beck, que estava bastante danificado.
Ao todo, foram instalados 279 metros de tubulação subterrânea. As caixas coletoras de água também passaram por reforma. A empresa contratada pela prefeitura por meio da licitação foi a Della Pasqua Engenharia e Construções, que iniciou e terminou a obra. O trabalho também foi custeado com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) 2.
O território onde o Distrito Criativo será implementado compreende a área entre a Praça Saldanha Marinho e a Gare, tendo a avenida Rio Branco como eixo principal, englobando duas quadras para cada lado da avenida e toda a extensão do Parque Itaimbé. A intenção é criar nessa região um ambiente turístico e também com atrativos para investir, morar, trabalhar, estudar e se divertir.
*Com informações da prefeitura
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